segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

alimentação

Ingerir uma boa e balanceada alimentação, composta por muita fibra, favorecerá o funcionamento intestinal e beber muitos liquidos evitará as infecções urinarias.
Se a dieta habitual não cobre as necessidades nutricionais, devemos ingerir suplementos hiperproteicos, para corregir os déficites nutricionais (se existirem), aportando maiores quantidades de proteínas, vitaminas e minerais.


Hidratos de Carbono numa Nutrição Saudável

Os hidratos de carbono são a principal fonte de energia alimentar em todo o mundo. As principais fontes de hidratos de carbono na alimentação do Homem são os cereais, raízes, tubérculos, leguminosas, vegetais e frutos e produtos lácteos. Os hidratos de carbono, e os açúcares em particular, são a principal fonte de energia para o corpo, mas também desempenham um papel importante no prazer que sentimos ao alimentar-mo-nos. Eles adicionam sabor doce, aroma, textura, palatabilidade a uma larga variedade de alimentos que de outra forma não conseguiríamos ingerir. Os hidratos de carbono têm efeitos fisiológicos como o impacto na saciedade e esvaziamento gástrico e influência sobre a glicémia. A fibra dietética é conhecida como um importante moderador da digestão no intestino delgado e como o principal substrato de fermentação ao nível do cólon. Os hidratos de carbono desempenham um papel importante na manutenção da saúde como parte integrante de uma alimentação equilibrada e saudável e na prevenção de doenças.

Hidratos de Carbono em relação com o comportamento.

Há abundância de dados disponíveis que demonstram que a nutrição tem um impacto significativo no humor e comportamento, incluindo o desempenho mental e físico. A glicose é combustível para o cérebro. O pequeno-almoço é um factor importante para manter os níveis de glicose no sangue durante a manhã. Tomar o pequeno-almoço faz com que a função da memória, a atenção, o tempo de reacção e o desempenho cognitivo melhorem. O consumo elevado de açúcar não afecta significativamente o comportamento das crianças (hiperactividade e comportamentos agressivos), mas restringir o açúcar (e outras comidas) aumenta o desejo por elas. Alterações hormonais influenciam a escolha de alimentos e o consumo de hidratos de carbono leva a mudanças de humor positivas, sobretudo em pessoas depressivas e propensas ao stress. As soluções com sacarose têm um efeito analgésico em recém-nascidos. Reduzem o tempo de choro após procedimentos dolorosos. Não há factos que provem que os hidratos de carbono deveriam causar alterações alimentares.


Hidratos de Carbono em relação com sabor e apetite


A percepção do sabor é uma imagem sensória criada por um complexo de impressões: aparência (forma, cor) e sabor observados, textura e som enquanto se come. Definir o sabor tem aspectos qualitativos, quantitativos e hedónicos. A intensidade do sabor depende da concentração, temperatura solvente e sensibilidade do indivíduo. É fortificada pelo sódio e pela gordura. É, possivelmente, diminuída por fumar, idade avançada, altitude elevada, consumo de drogas, doenças crónicas ou terapia radioactiva. A sacarose é tida como um sabor doce qualitativamente elevado. Devido a isto é usada como referência para caracterizar e comparar outros adoçantes. Há uma preferência inata pelo sabor doce para promover a ingestão de alimentos. Mas não há indicações de que o açúcar esteja associado com a ingestão excessiva de alimentos.

A doçura está ligada à cultura.

Os hidratos de carbono influenciam a regulação da ingestão de alimentos, o que está ligado às suas propriedades psicológicas. Por outro lado, adoçantes nutritivos não calóricos não são reconhecidos pelos receptores intestinais e, por isso, não interferem nos efeitos da saciedade. Parece que os hidratos de carbono doces iniciam a ingestão de alimentos, depois interrompem-na activando a saciação e, finalmente, prolongam o estado de saciação através do seu valor de energia.


Hidratos de Carbono em relação com sabor e ingestão de alimentos.

Embora os sinais induzidos pela dieta envolvidos no controlo de ingestão de alimentos tenham sido investigados durante muitos anos, a interferência de todos os mecanismos permanece por esclarecer. A ingestão de alimentos é regida por diversos mecanismos com naturezas diferentes. Mecanismos psicológicos e fisiológicos agem em paralelo numa forma sinérgica fornecendo mensagens nervosas e hormonais ao cérebro. Receptores localizados na passagem dos nutrientes no corpo transmitem informação ao cérebro sobre as características sensoriais dos alimentos, o volume do que foi ingerido, a natureza e a quantidade dos nutrientes. Sinais metabólicos informam o cérebro do estado de energia. Mecanismos de aprendizagem dão flexibilidade ao sistema. A componente afectiva, ligada ao prazer/desprazer provocados pelo estímulo dietético, é modificado durante a ingestão de alimentos, travando a ingestão através da redução do prazer sentido durante a ingestão de alimentos. Esta redução de prazer é particularmente marcada pela ingestão de hidratos de carbono. Os nutrientes não têm todos efeitos equivalentes na saciedade. O poder de saciedade é o seguinte: proteínas> hidratos de carbono> gorduras. A disparidade dos efeitos na saciedade parece dever-se aos diferentes destinos dos nutrientes. A hierarquia da oxidação e a capacidade de armazenamento dos nutrientes parece ser importante. A ingestão de hidratos de carbono é fortemente controlada, uma vez que a sua capacidade de armazenamento é muito limitada. Em contraste, a ingestão de gordura não é limitada por factores metabólicos, uma vez que o seu armazenamento é virtualmente ilimitado. A densidade energética pode ter um efeito potente sobre a ingestão de alimentos. O volume consumido afecta a magnitude e duração dos efeitos dos nutrientes nos receptores envolvidos no controlo de ingestão de alimentos. Uma vez que a quantidade de alimentos consumidos é relativamente constante, quanto mais ricos os alimentos forem em gorduras, mais energia será ingerida numa refeição. Mesmo que os mecanismos de saciação e saciedade não sejam completamente elucidados, é óbvio que, ao contrário daquilo que geralmente se pensa, a gordura é menos saciante que os hidratos de carbono. Este fraco efeito sobre a saciedade ligado ao seu destino metabólico e ao seu elevado conteúdo energético favorecem o excesso de ingestão e o excesso de peso. Em contraste, a ingestão de hidratos de carbono, incluindo o açúcar, corresponde às necessidades do organismo. Os hidratos de carbono ingeridos são oxidados prioritariamente fornecendo a energia necessária e não são transformados sob circunstâncias normais nos seres humanos. Se for ingerida energia em excesso, os hidratos de carbono são oxidados e as gorduras armazenadas no tecido adiposo.


Hidratos de Carbono e obesidade

Comer demasiadas calorias faz com que o corpo produza quilos de gordura extra, não açúcar. Ao longo do tempo, demasiadas calorias de qualquer fonte, quer seja gordura, proteína ou hidratos de carbono podem levar ao aumento de peso. Ao fazer-se uma escolha de alimentos é inteligente controlar-se todas as calorias, mas incluir alguns aromas doces pode torná-los mais atraentes. Quando se pretende perder peso deve-se procurar uma dieta equilibrada, reduzir-se a ingestão de gordura, praticar actividade física o que conduzirá ao gasto de energia e à perda de peso através de uma redução da gordura do corpo.

Hidratos de Carbono e diabetes.

Os açúcares não causam diabetes, eles realmente não têm qualquer relação directa com a diabetes. Na diabetes o corpo não pode usar açúcar por causas complexas. A genética é um factor, mas a doença, a obesidade ou ter tido um bebé com peso superior a 4,5Kg também pode desp oletar a diabetes. A dieta é parte da estratégia para gerir a diabetes, juntamente com a actividade física e a medicação (insulina e/ou agentes orais e hipoglicémicos). No passado, as pessoas com diabetes eram aconselhadas a evitar ou simplesmente limitar o açúcar na sua escolha de alimentos. Hoje em dia, os peritos reconhecem que os açúcares e derivados têm efeitos semelhantes nos níveis de glicose no sangue. A quantidade de hidratos de carbono é o cerne para pessoas com diabetes. Quantidades moderadas de açúcar podem fazer parte de uma dieta bem equilibrada para pessoas com diabetes. Um nutricionista pode ser útil para dar conselhos práticos sobre o planeamento e controlo de uma dieta bem equilibrada.


Hidratos de Carbono e actividade física

Dar ênfase ao consumo de hidratos de carbono devia ser uma parte fulcral do treino dos atletas e plano do jogo, independentemente de o exercício envolver exercício de resistência ou exercício de intensidade intermitente, tal como o que ocorre no futebol, hóquei, basquetebol e ténis. Sabe-se que o desempenho de resistência é melhorado se as reservas de glicogénio muscular forem manti das altas através do consumo adequado de uma dieta à base de hidratos de carbono e pela ingestão de hidratos de carbono antes, durante e após o exercício. Pesquisas recentes mostram que o consumo de bebidas desportivas pode reduzir o stress psicológico relacionado com os desportos para o sistema de imunidade, o que significa uma menor hipótese de doença após um treino árduo ou excesso de treino.

Açúcar e cárie dentária

Estudos recentes permitiram clarificar as relações entre a dieta alimentar, o flúor, a higiene oral e o desenvolvimento das cáries. É deveras reconhecido que a placa dentária é uma exigência fundamental para o processo da cárie e que todos os hidratos de carbono são substratos para as bactérias produzirem placa de ácido. A frequência de consumo e a retenção de todos os hidratos de carbono são os factores chave na produção de ácido. A saliva, o componente principal do sistema de defesa do corpo contra as cáries, varia de indivíduo para indivíduo. O importante declínio na existência de cáries, observado na maioria dos países industrializados nos últimos vinte anos, tem sido atribuído à disponibilidade de flúor e à melhoria da higiene oral. A diminuição de cáries é independente da ingestão de açúcar. Consequentemente, os programas cujo objectivo é a eliminação de cáries não devem focar-se apenas no consumo de açúcar. A informação disponível hoje em dia deve permitir uma forma mais racional e científica de encarar o papel desempenhado pelos hidratos de carbono fermentáveis. No momento, é necessário reconhecer a importância de hábitos alimentares melhorados, melhor higiene oral e o uso apropriado do flúor em programas de saúde oral. Mais ainda, utilizar as cáries dentárias como justificativa para evitar os açúcares e recomendar os hidratos de carbono como substitutos da gordura enquanto fornecedores de energia já não se justifica. As recomendações para restrição do açúcar podem não só ser ineficazes como também causar prejuízos de saúde pública por, inadvertidamente, levar a um maior consumo de gordura.

Dr.ª Ria Vanderstraeten.

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